Alegando que seria atribuído à Translago “muito poder”, os vereadores de Lagoa Santa, com oito votos contrários, decidiram não aprovar o Projeto de Lei que previa, dentre outras ações, o gerenciamento de forma mais autônoma do trânsito do município, a implantação estacionamento rotativo (faixa azul) oferecendo mais vagas de estacionamento na cidade e a autorização para que os agentes de trânsito da Prefeitura tenham competência para multar os motoristas infratores.

A decisão tomada na última reunião ordinária da Câmara, realizada no dia 17 de março, colocou fim a expectativa da Prefeitura de melhorar as condições de trânsito da cidade e levar mais segurança para motoristas e pedestres.

Segundo Roberto Félix, diretor da Translago, o projeto não foi aprovado devido a questões meramente políticas. “Os vereadores alegaram que o projeto é muito bom, é importante e necessário, está correto, porém, não poderia ser aprovado porque eles estariam dando muito poder político para o diretor da Translago. Seria cômico se não fosse trágico a falta de compromisso dos representantes do povo de Lagoa Santa”, afirmou, lembrando que, na ausência do poder público, o caos no trânsito e o transporte clandestino se instalam ameaçando a segurança dos usuários. "Ao rejeitar o Projeto, a Câmara está contribuindo para que as infrações de trânsito continuem crescendo sem qualquer controle na cidade, o transporte clandestino continue aumentando de forma incontrolável e a Polícia Militar continue sobrecarregada com um serviço que poderia ser realizado por agentes de trânsito, caso tivessem competência legal para atuar na área", enfatizou.

O Projeto de Lei que tramitou por cinco meses na Câmara, até ser rejeitado, dispunha sobre a Instituição e Implantação do Sistema Municipal de Transporte e Trânsito, criação do Conselho Municipal de Transportes e Trânsito, criação do Fundo Municipal de Trânsito e regulamenta o Departamento Municipal de Transportes e Trânsito além de Instituir a Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI.