Quatro municípios da Grande BH estão entre os 10 primeiros com maiores taxas de renda per capita do estado. Além da capital, Nova Lima (1º), Lagoa Santa (5º) e Brumadinho (7º) ocupam lugar no alto da lista, com taxas bem superiores às médias estadual e nacional, segundo estudo da Fundação João Pinheiro que se baseia no Censo 2010. O que mais impressiona ao analisar a tabela, no entanto, é o salto de Lagoa Santa e Brumadinho, que subiram mais de 50 posições no ranking nos últimos 10 anos.

A primeira cidade, até o ano 2000, ocupava a 55ª posição no ranking, com R$ 569,52 de renda per capita, mas, com a forte migração da classe média belo-horizontina para os condomínios da cidade vizinha, os rendimentos médios da população subiram para R$ 997,19 em uma década. Num ritmo ainda mais pujante, Brumadinho se aproveitou da expansão do Vetor Sul, principalmente com a nova formatação de Nova Lima, e também atraiu residentes de Belo Horizonte, no fenômeno de fuga dos moradores da capital para os condomínios da Região Metropolitana.

A empresária Michele Guerra Teixeira morava com os filhos e o marido num apartamento no Bairro Castelo, na Pampulha, mas decidiu dar uma reviravolta na vida. Em busca de mais tranquilidade para a criação dos filhos, de 3 e 9 anos, ela comprou um terreno e construiu uma casa num condomínio em Lagoa Santa. Michele abandonou o trabalho num laboratório farmacêutico e abriu uma distribuidora de alimentos na cidade. “Passava várias horas no trânsito. Aqui não existe isso e os meninos podem aproveitar para brincar na rua”, diz, em referência ao pequeno tráfego de veículos no local onde mora.

Próxima dos pais e de uma irmã, ela conta que, praticamente, só vai a BH uma vez por semana para comprar produtos para a sua loja e, de vez em quando, para levar os filhos para passear no shopping. As coisas do dia a dia ela resolve todas na nova cidade, das compras no supermercado aos serviços rotineiros. “Noventa por cento das coisas, faço em Lagoa Santa”, afirma, reiterando que, por enquanto, depois de um ano e meio, não sente saudades da cidade em que morou por 33 anos.

Avidez
No ano passado, o número de novas ligações cresceu cerca de 15%, no entanto o consumo de energia aumentou três vezes, segundo dados da prefeitura. “É uma comprovação de que muitas pessoas têm vindo para cá morar. Eram casas de fim de semana que agora são residências fixas”, confirma o secretário de Planejamento de Lagoa Santa, Breno Salomão. Apesar da tendência, ele confirma que a cidade ainda é carente de instalações importantes para o cotidiano dos novos moradores. As duas principais queixas são quanto à falta de escolas e hospitais particulares. Quanto ao comércio e prestadores de serviço, ele afirma que a cidade tem infraestrutura básica para suprir as necessidades dessas pessoas, como agências bancárias, restaurantes, supermercados etc.

Além disso, a distância maior em relação à Região Centro-Sul de Belo Horizonte define a diferença entre quem mora em Lagoa Santa e aqueles que se mudaram para Nova Lima. A proximidade com a Avenida Nossa Senhora do Carmo faz com que muitos residentes do Seis Pistas e do Jardim Canadá saiam de casa para ir à Savassi e outras regiões, enquanto o percurso para quem sai de Lagoa Santa é bem mais longo, sendo preciso percorrer toda a Linha Verde, a Avenida Cristiano Machado e ainda atravessar o Centro. “Tem que pensar duas vezes antes de pegar o carro e ir até BH. Por isso, o comércio da cidade é bastante usado. Só em casos específicos é preciso ir à capital”, afirma Salomão.

*Fonte: Portal UAI


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